sábado, 28 de novembro de 2009

Teoria do gato flutuante


EUREKA!!! Acabo de descobrir a teoria que pode revolucionar o mundo da física! Então preparem-se leitores, pois não é todo dia que o meu ego cronístico dá lugar ao meu Einstein interior, e transforma diante dos seus olhos o universo conhecido.
Essa minha revolucionária teoria surgiu como tudo na física e na ciência, baseada em alguns aspectos ideais que nem sempre são aplicáveis na prática, porém desconsiderando-se pequenos inconvenientes naturais torna-se perfeitamente possível e de aplicações práticas muito vantajosas para a humanidade.
Comecei salpicando um pouco de desprezo pelo atrito em um plano perfeitamente liso(como o meu bolso depois que fui demitido), supondo que o tempo, espaço e minha conta bancária são relativos (o que dificultou a realização da experiência), desconsiderando-se também a resistência do ar (e de algumas pessoas que acham que como cientista eu até que escrevo bem), supondo também que toda a energia mecânica se conserve, descobri que os meus paradigmas se conservarão durante muitos anos. Mas fique calmo leitor impaciente, não precisa ser nenhum Arquimedes para entender as minhas idéias, ai vai a teoria...

*Ela se baseia em dois postulados:
1- As torradas sempre caem com a face que contém manteiga voltada para baixo.

2- Os gatos sempre caem de pé.

*Agora submetemos a teoria a uma "moderna" experiência:
Colocamos amarrado nas costas de um gato, uma torrada de massa desprezível(só não é desprezível para quem está com muita fome em alguma região da Somália)com a face amanteigada voltada para cima, depois submetemos o sistema (torrada + o coitado do gato) a uma queda livre (livre é o cassete! o gato não escolheu pular!)de um prédio de 15 andares, supondo que a torrada tende a cair com a face amanteigada voltada para cima e que o felino cairá de pé, isso provocará duas forças em sentidos opostos que se anularão.
*Então,podemos concluir que o gato flutuará.

Essas conclusões em breve trarão resultados bastante apropriados e talvez eu consiga o prêmio Nobel?(ou Ignobel?), e em um futuro próximo poderemos usar os gatos por exemplo para lavar as janelas dos apartamentos das madames, assim nossas empregadas não serão expostas a tantos perigos por um salário mixuruca. O problema é que inúmeros outros questionamentos surgiram, ontem mesmo um colega de laboratório perguntou: -O gato fica em equilíbrio por anulação de forças ou por que o momento resultante é zero?
Respondi da forma mais coerente já formulada na física, "meu amigo,tudo é relativo, depende do referencial...".

Nostalgia


É realente intrigante essa nostalgia que nos aflige a cada fim de ano, parece que o nostalgico está intrinsecamente ligado a nós que possuímos mais lembraças boas do que enfadonhas.
Entretanto, hoje, uma daquelas reportagens banais típicas dos programas "sem sal"
dos fins de semana,me fez refletir. Era uma daquelas pueris matérias sobre milionários que gastam milhões em sapatos, bolsas chanel, diamantes e pedras que enfeitam tudo.
O engraçado é ouvir dos alienados telespectadores que só estão esperando que o jornal termine para se deliciarem com esses BBB'S da vida, que esse é um mercado que movimenta muito dinheiro e gera empregos. Será que eles perderam o juízo em meio a nuvem de elétrons da telinha?
Não entendo nada de economia, entretanto sei que o dinheiro dos poderosos se mantém entre os poderosos, que o disperdício de milhões em futilidades não pode ser apenas classificado como simples extravagância,excêntricidade,ignorância tavez.
Sei também que vou continuar aqui com a minha nostalgia piegas,entretanto não trocaria meu amor (sim eu amo!) por nenhuma dessas modelos anoréxicas gastadeiras, e nem a minha varanda por paisagem nenhuma de Paris ou dessas cidades cheias de glamour e gás carbônico, e muito menos meu espírito papa-chibé por essas comidas escargolizadas.
Enfim, talvez isso que se chame de crise de meia idade (por causa da nostalgia), ou quem sabe tenha nascido realmente para ser pobre, ou ainda, talvez seja isso que falte àqueles que saem nas colunas sociais e que lhes causa tanto riso, humildade.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

No ônibus


Parece engraçado, no entanto não existe nada mais reflexivo do que o cotidiano, do que esse proceso monótono que chamamos de dia-a-dia. Porém quando este mesmo cotidiano se altera de maneira inesperada surgem as reflexões ainda mais profundas, subjugando a banalidade impregnada de nossas relações, ontem mesmo um desses incomuns incidentes transformou a minha rotina...
Voltava de uma feira cultural com um colega, depois de horas na parada, conseguimos apanhar um ônibus lotado, felizmente conseguimos subir e passar a roleta antes que os outros passageiros trogloditas o fizessem,ainda assim ficamos estagnados no meio do fatídico veículo e mesmo com muito esforço não andamos nem mais um passo.
Foi então que senti de leve uma mão no meu bolso, o polegar opositor e seus companheiros pertenciam a um garoto da minha idade, chapéu reto, camisa da Nike (falsificada), bermuda de time europeu (comprada no camelô), longe de minha índole julgar alguém pela aparência, mas a mão no meu bolso não deixava dúvidas.
Então um grito ecoou da parte da frente do ônibus, "ladrão, devolve meu celular!" dizia um dos vociferantes passageiros, todavia não era do meu ladrão que falavam, ele por sinal retirou a mão leve do meu bolso, era um outro ladrão.
Os passageiros urravam "espanca, vamos espancar ele!" era a maior confusão, e eu calado só pensando na minha sorte "dois no mesmo ônibus", e o irônico é que moleque que ia me roubar a alguns minutos atrás se juntou ao coro com um comovente "lugar de bandido é na cadeia", só não desatei a rir porque o sarcasmo não é tão forte quanto o medo.
Enfim, paramos em uma delegacia próxima e o bandido do celular foi preso, no entanto o meu "amigo de chapéu reto" foi sorrindo para casa agradecendo por não ter lhe sucedido o mesmo, eu porém me senti o mais "feliz" de todos os passageiros, "feliz" por um dia incomum em um ônibus lotado, um passeio "divertido" em ótima companhia, porém o triste é saber que esses dias estão se tornando cada vez mas repetitivos e rotineiros, incomum agora é ir tranquilo para casa.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Tô cansado de comer fruta!


Não aguento mais!
É fruta de todo jeito, é mulher melancia, mulher pêra, mulher jaca. O pior é que não basta ter nome de fruta, tem que saber dançar o Crréééuuu...Crééédduu.
Dá até vontade de rir, mas quem não gosta de uma mulher acéfala, com roupas pequenas e com partes avantajadas de fora, bem que me lembram frutas memo (que melões), uma verdadeira feira!
É realmente neste ponto que eu queria chegar, você não ficaria realmente irritado se após meia hora de supermercado, a suculenta maçã que você fosse degustar ainda não estivesse madura? somente a casca vermelha bonita para causar boa impressão,onde estão as mulheres com conteúdo?
É assim que eu me sinto ao ver a mulher moranguinho ( nome de fruta e ainda tem o inho para fazer aquele eco).
Se bem que essas críticas vão ser mal interpretadas por aqueles que ainda acham que podem comer dessas frutas cheias de agrotóxicos, academias e lipoaspirações, sem antes ganhar na loteria ou se tornar um jogador famoso ( é por isso que dizem que a fome é um problema de distribuição de renda).
Mas tenho certeza que você leitor esperto, não vai cair nessa armação alienadora daqueles aculturados que ainda não estão saturados de escutar essas canções melosas dos mcs leãozinhos e do bonde dos ignorantes e que já tem atrofiado o seu gosto musical por causa da sua própria passividade em aceitar a cultura já mastigada dos movimentos de massa.

Dia de finados


Não quero aqui discutir religião, menos ainda servir de auto ajuda para qualquer um de meus leitores, quero apenas refletir um pouco sobre esse assunto tão polêmico e controverso que nos assombra a cada dia.
A meu ver o dia de finados é uma data ilógica, que tipo de civilização é a nossa que lembra de seus mortos com tanta tristeza? Por que não fazemos como os mexicanos, uma festa movida a muitas comidas típicas e alegria.
Choramos todos os dias por causa da violência, de nossas decepções e de nossas batalhas cotidianas, então por que compararmos nossos entes queridos com nossas tristezas individuais?
Vamos todos acordar hoje e fazer tudo diferente, deixemos os que foram em nossos corações, pois esse é o lugar deles e não em cimitérios no meio de cadáveres decompostos, vamos abraçar nossos familiares que ainda estão entre nós para que depois não enchamos esses mesmos cemitérios com as mesmas lágrimas póstumas e medíocres dignas daqueles que não honram aqueles que amam.
Façamos hoje uma preçe aos que foram, mas preocupemos-nos sobretudo com os que ainda estão aqui e com aqueles que ainda estão por vir, ame-os, pois a vida é como a chama de uma vela acessa, nunca se sabe quando o vento bate e a chama se apaga.